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sexta-feira, 12 de julho de 2013

Capitulo 2

 Estava se sentindo uma idiota diante de Thiago. Assim que sua respiração voltou ao normal  desceu o olhar para as próprias mãos, o que ele iria pensar sobre ela agora.
 
- Oi? - Ela notou aquele homem confuso em sua frente.
- Me desculpe, não estou muito bem. - Mentiu e o viu assentir. - O que o senhor estava falando?
- Por favor, sem senhor, apenas Thiago. Na verdade só te chamei pois estranhei você ainda estar aqui.
- Eu estava na biblioteca pegando uns livros.
- Ah. claro. - Olhou os livros que ela "abraçava" - Ótima escolha.
- Sim. 
- Bom, eu tenho que ir, estou atrasado.
- Esposa? - Sorriu
- Na verdade preciso pegar meu filho no colégio.
- Ah, você tem filhos?
- Um menino. De 5 anos.
- Então casou cedo? - Começaram a andar para a saída.
- Sim. Casei com 22. 
- Como é o nome da sua mulher?
- Laura.
- Lindo nome. E seu filho?
- Manuel. - Sorriu a olhando - na verdade eu queria Daniel. Mais como sabe, mulheres decidem, nós apenas damos sugestões. 
- Acho Daniel bonito. Nome de anjo. Meu primo chama Daniel. - Chegaram no estacionamento.
- Agora eu vou mesmo.
- Eu falo demais. - Riu nervosa - Até amanhã.
- Até amanhã. - Ele sorriu e ela se virou indo embora.

***

 Fazia poucos dias que ela estava naquela casa, colocou os livros encima de uma caixa de papelão e olhou a bagunça da mudança. Nunca terminaria de arrumar tudo. Foi para a cozinha em busca de um lanche, abriu a geladeira e pegou o bolo que havia comprado na noite passada. Encostou no balcão e colocou uma colherada na boca, se lembrando dos acontecimentos da manhã. Sorriu. Achava ele tão elegante e descolado ao mesmo tempo. Conseguia ver em seus olhos algo desconhecido, ele tinha algo que escondia muito bem. Por que se sentia tão diferente perto dele? Por que pensa tanto naqueles olhos, naqueles lábios, naquelas mãos, céus como em um dia conseguia colocar uma pessoa em sua cabeça e não conseguia tirar. Um homem casado, de família, com um filho novo, amado pela esposa, e com certeza ele a ama  igualmente. Deve ter a vida perfeita. Ou não. Mais ela preferia achar que sim. Tinha que esquece-lo. Colocou o prato sujo na pia e foi pra sala. Tinha que se distrair, tinha que arrumar a casa. Por que não ajuntar o útil ao agradável?Nem tão agradável assim. Não suportava arrumar a casa.

***

- Pai! - Manuel pulou em seu colo.
- Ei garoto. - Thiago sorriu ao pegar o filho.
- Você demorou. 
- De novo né.
- De novo. - O menino sorriu
- Vamos para casa. - Thiago seguiu para o carro.
- Fiz um desenho. Mais não ficou bom.
- Como assim?Todos os seus  desenhos são bons.
- São?
- Claro. Acho até que quando crescer pode ser artista. 
- Mamãe não acha.
- É porque ela nunca reparou no grande artista que você é.

 Colocou o filho no banco de trás e seguiu para a casa. Quando adentrou a sala o menino saiu correndo pra cozinha, Thiago sorriu e colocou suas coisas na mesa.

- Oi Amor. - Laura descia as escadas sorrindo. - Vou ao salão hoje. De noite temos um jantar.
- Onde? - Perguntou se sentando no sofá.
- Na casa de minha mãe. Ela quer ver Manuel.
- Falando em Manuel. O que você disse para o menino sobre os desenhos dele?
- A verdade. - Sorriu sentando no colo do marido - Que são apenas palitos com roupa.
- Laura! - A repreendeu.
- O que foi? Queria que eu tivesse falado que estava maravilhoso e que ele era um artista?Para que iludir o menino se não é verdade? - Ele a tirou de seu colo e se levantou.
- Ele é apenas um garoto. Precisa ter sonhos Laura.
- Sonhos. Só se tem sonhos dormindo.
- Vou subir. Estou muito cansado. Me faz um favor? Tente não desapontar Seu Filho! - Subiu as escadas a deixando sozinha. 

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